sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pais e escolas, parceria necessária

PAIS FISCAIS E PAIS AUSENTES


Embora haja um consenso sobre o tema, na prática participar da vida escolar dentro do espaço educativo é uma equação delicada. De um lado, não é verdade que as escolas desejem sempre a participação dos familiares, que podem trazer mais críticas, ingerência e confusão de papéis. De outro, os pais nem sempre estão prontos a marcar presença, envolvidos numa rotina intensa de trabalho. A verdade é que, nesse campo, estamos todos aprendendo. Até 20 anos atrás, ainda era incomum que os pais participassem da educação dos filhos, quanto mais da vida escolar. O papel deles era entregar as crianças no portão, e os dois lados mantinham contatos formais esporádicos. De acordo com o pesquisador Joe Garcia, doutor em educação pela PUC-SP, isso está mudando. “Observo o surgimento de uma nova atitude nas escolas, mais em sintonia com a nossa época”, revela. “Cada vez mais, buscam abrir novos canais de diálogo, bem como os pais se mostram mais dispostos a colaborar.” Para ele, há vários níveis possíveis de participação. O mais básico – do qual, porém, boa parte das famílias brasileiras ainda está distante – é o apoio à aprendizagem em casa.

A partir daí, pode haver um envolvimento progressivo, que vai da participação nas reuniões formais e informais, passa pela atuação em eventos como voluntários e chega à participação em decisões colegiadas. É o caso do Colégio São Domingos, em São Paulo, que tem a Fundação São Paulo (a mesma da PUC) como mantenedora principal. Completando 50 anos em 2009, o São Domingos se diferencia pela gestão participativa, segundo o diretor Silvio Barini Pinto. Lá é frequente ver, por exemplo, um pai fotógrafo realizar oficinas para os alunos. Mas o sistema de gestão estabelece também que os pais tenham assento no Conselho de Escola e se tornem responsáveis pelas decisões, inclusive para garantir o acompanhamento do que foi combinado.

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